Ah, Bully. Você tocou num vespeiro. Um vespeiro de nostalgia, esperança e, honestamente, uma das maiores frustrações da história dos games.
Sob a sombra dos gigantes Grand Theft Auto e Red Dead Redemption, a mesma pergunta ecoa há quase duas décadas em cada fórum e post da Rockstar: “E O BULLY 2?”
Essa não é só uma pergunta. É um lamento. É o grito daquela legião de fãs que, em 2006, entrou na Bullworth Academy com o pirralho encrenqueiro Jimmy Hopkins e descobriu um dos jogos mais geniais, engraçados e subestimados já feitos.
Mas… cadê a sequência? Por que a Rockstar nos deu tantos jogos incríveis e deixou Bully mofando na sala do diretor? Aqui no “Planeta PlayStation”, vamos investigar o mistério e expor A VERDADE sobre o jogo CANCELADO e por que a Rockstar o enterrou.
Por que Bully foi Tão Genial?

Antes de chorar pelo Bully 2, precisamos lembrar por que o primeiro foi tão especial. Bully (ou Canis Canem Edit, como foi chamado na Europa) não era “GTA na escola”. Era muito mais.
Claro, tinha o mapa aberto, as missões e a “zoeira” da Rockstar. Mas Bully tinha algo que GTA nunca teve: coração.
Jimmy Hopkins não era um psicopata. Ele era um adolescente problemático tentando sobreviver a um sistema corrupto de nerds, mauricinhos, atletas e “greasers”. O jogo era sobre hierarquia social. Era sobre ir às aulas (chato, mas útil), customizar sua bicicleta, dar flores para uma garota, e estourar bombinhas no banheiro dos professores.
Era um jogo de escala menor, mais íntimo, com um senso de humor ácido e uma trilha sonora que é, até hoje, uma das melhores já feitas. Ele provou que a fórmula da Rockstar funcionava perfeitamente sem a necessidade de roubar carros ou usar armas de fogo.
A Parte que Dói: O Bully 2 que “Quase” Existiu
O maior soco no estômago dessa história toda é saber o seguinte: Bully 2 foi real. Ele não é só um sonho de fã. Ele esteve em desenvolvimento ativo.
Vários vazamentos e reportagens ao longo dos anos confirmaram que a Rockstar New England trabalhou no projeto por mais de um ano, ali por volta de 2008-2010.
O que se sabe sobre esse “fantasma”?
- O Roteiro: Dan Houser, o “pai” de Bully e escritor-chefe da Rockstar, já tinha o roteiro e a história prontos.
- A Trama (Rumor): A história não voltaria para Bullworth. A aposta mais forte é que ela seguiria Jimmy Hopkins durante as férias de verão na casa do seu novo (e rico) padrasto, com um mapa maior que incluiria a cidade e um acampamento de verão. Outros rumores falavam dele na faculdade.
- A Engine: O jogo já estava rodando na RAGE (a mesma engine de GTA IV e RDR).
Então… Por que a Rockstar o Enterrou?
Se o jogo era real e a história estava pronta, por que ele foi cancelado? A resposta é o que a gente chama de “A Maldição do Filho do Meio”.
Se GTA é o filho de ouro que banca a família e Red Dead Redemption é o filho gênio que ganha todos os prêmios, Bully é o filho do meio, artístico e esquisito, que a família gosta, mas não sabe muito bem o que fazer com ele.
Na época (2009-2010), a Rockstar estava num “crunch” (período de trabalho insano) para terminar Red Dead Redemption. O estúdio também estava no meio do desenvolvimento caótico de Max Payne 3.
Resumo da ópera: o Bully 2 foi “canibalizado”. A Rockstar precisou de “mãos” para ajudar nos projetos maiores e mais lucrativos. O time de Bully 2 foi desfeito e realocado. O projeto foi para a gaveta… e nunca mais saiu.
Por que a Rockstar NUNCA mais falou no assunto?
Avançamos para 2026. A Rockstar de hoje é uma empresa muito diferente daquela de 2008. Existem dois “pregos no caixão” que explicam por que o jogo continua enterrado.
1. A Saída da “Alma” de Bully: O principal motivo para não ter esperança é que Dan Houser, o escritor-chefe e a “alma” de Bully, GTA e Red Dead, deixou a Rockstar em 2020. É quase impossível imaginar um Bully 2 com o mesmo tom ácido e inteligente sem ele no comando.
2. O Foco no “Bilhão”: A Rockstar atual não faz mais jogos “médios”. Ela só faz eventos globais que precisam custar 1 bilhão de dólares e render 10 bilhões. GTA V e RDR2 venderam (somados) centenas de milhões de cópias. Bully vendeu… uns 8 milhões.
Para os executivos, a conta é simples: por que gastar 5 anos fazendo um jogo de “nicho” que vai vender 20 milhões (se tiver sorte), se eu posso gastar o mesmo tempo em um projeto online que vai render 1 bilhão POR ANO?
Ainda Existe Alguma Esperança?
O cenário é sombrio. Mas existe uma luz, bem fraca, no fim do túnel.
A Rockstar, em algum momento, terá que decidir seu “próximo passo” além de seus dois carros-chefe. O argumento a favor de Bully 2 é que ele seria o projeto “menor” (para os padrões Rockstar) perfeito para o estúdio fazer entre os gigantes.
Com as novas engines que o estúdio desenvolveu, eles poderiam criar uma Bullworth Academy (ou uma cidade universitária) com uma densidade de interações que nunca vimos. Seria o playground perfeito para testar novas mecânicas sociais antes de colocá-las em um jogo maior.
A Lenda que se Recusa a Morrer
Essa é A VERDADE sobre o jogo CANCELADO. Ele foi real, foi sacrificado em prol de jogos maiores, e hoje, a Rockstar que o criou não existe mais. A empresa mudou, o principal escritor saiu e o mercado só quer saber de “jogos como serviço” gigantescos.
Bully 2 virou um fantasma. Uma lenda triste. Um “o que poderia ter sido”.
Mas enquanto a Rockstar não bater o martelo e dizer “NUNCA VAI ACONTECER”, nós, fãs, vamos continuar aqui. Vamos continuar segurando nossa bombinha de fedor, com o estilingue no bolso, esperando o sinal tocar para a próxima aula. Porque a esperança é a última que morre… mesmo que já esteja em coma há 15 anos.



